sexta-feira, 10 de abril de 2020

O Meu Suicídio / Rui Caeiro

|SNOB ALERT| |NOVO LIVRO|
O Meu Suicídio de Henri RoordaCapa sobre pintura de Rui Cunha VianaDesign e paginação de Pedro SimõesRevisão de Sara VeigaEdição Snob

O livro está em pré-venda até dia 30 de Abril. O nome de todos os que o comprarem antecipadamente figurará na última página do livro. É nosso e vosso. O livro estará disponível no início de Dezembro.Encontra-se em pré-venda pelo valor de 7€ (preço do livro após pré-venda: 9€) com portes de envio incluídos para Portugal Continental. Mas também enviamos para qualquer parte do mundo.Para isso deverão transferir o valor de 7€ para o IBAN: PT50 0035 0995 00674695530 36 (José Duarte da Silva Pereira), ou através de MBWay para o número 936 584 536 (colocando na descrição o nome de quem transfere), enviando comprovativo e nome para figurar nos agradecimentos para editorasnob@gmail.com. Podem também comprar através do nosso site (https://www.livrariasnob.pt/product/o-meu-suicidio). Podem também manifestar a vossa vontade na caixa de comentários, que teremos o vossos nome em conta.
Henri Roorda Van Eysinga (1870-1925), que também assinava Balthasar, foi, na sua vida de pacato cidadão suíço, professor de matemática. E porque além de ensinar gostava de escrever, não produziu apenas este derradeiro livrinho, que anuncia e explica o seu suicídio. Escreveu também ensaios sobre pedagogia e ainda teatro, poesia e diversos escritos de circunstância, a que ele próprio chamava “prosas de almanaque”.[…]Dizem que o último a rir é quem ri melhor. Mas provavelmente é falso. O homem que for último a rir não vai rir quase nada. O seu riso leve será muito pouco ao lado do riso homérico das primeiras idades”. Pensamento extraído do seu ensaio “О riso e os que riem”. Última frase desse ensaio: “A minha avó tinha razão: não estamos cá na terra para nos divertirmos”. A 7 de Novembro de 1925 Roorda despede-se dos amigos no café, vai para casa, bebe meia garrafa de vinho do Porto e dispara uma bala no coração. Era um homem que amava apaixonadamente a vida, ele mesmo o diz nesta confissão “in articulo mortis”, que é O Meu suicídio. Mas, acontece, vem também nos livros: aquele que ama apaixonadamente mata aquele a quem ama. Ou aquilo que ama. No caso concreto, a vida. do prefácio de Rui Caeiro
Excerto:São as pessoas bem comportadas, os amigos da ordem, que fazem a estabilidade do edifício social. É preciso que sejam em grande número. São eles que fundam famílias. Fazem filhos à sua imagem e semelhança, os quais, por seu turno, se reproduzirão; e, assim, a vida vai continuar. Disseram-lhes: “Crescei e multiplicai-vos!”. E eles obedecem. Devemos admirar sem reserva esses seres respeitosos que tão bem desempenham o seu papel de bons cidadãos? Que sabor teria a vida se a sociedade fosse formada apenas por tais seres? É talvez a sua falta de imaginação que lhes permite serem tão uniformemente virtuosos. Vivem com prudência; na sua existência cabem apenas as pequenas coisas permitidas; vigiam os seus gestos e palavras; nunca têm grandes impulsos; não conhecem a exaltação e a adoração. E o respeito torna-os frequentemente estúpidos.É necessário que no mundo aconteça, de tempos a tempos, uma desordem, para que as coisas novas possam nascer. A desordem é sempre provocada por maus cidadãos, por entusiastas que se embebedaram de palavras.A esses eu compreendo. Sou indulgente com as suas fraquezas. Como eles, tenho necessidade de viver com exaltação. A minha vida precisa de ter muitos minutos deslumbrantes. A poesia e a música podem proporcionar-mos. Também me exalto ao pensar no trabalho que vou começar. Será que daríamos início a alguma coisa se primeiro não estivéssemos emocionados pela beleza do que vamos criar? As boas comidas e o vinho também me proporcionaram momentos de alegria profunda. Há vinhos tão nobres que ao bebê-los sinto necessidade de agradecer a alguém.

quarta-feira, 8 de abril de 2020

CURSO MULHERES RARAS

Cultura Feminina e escritoras portuguesas no séc XX
com Rosa Azevedo
versão digital adaptada a cada aluno
21 e 28 de Abril
5 e 12 de Maio
50€
Mínimo: 10 alunos
Inscrições: mulheres.raras.info@gmail.com

Neste curso em versão digital as aulas tomam diversas formas. Todas as 3ª feiras do curso, depois das 21h, são disponibilizados textos teóricos, textos literários e outros suportes de comunicação dos temas do curso. São designadas actividades que os alunos deverão realizar até à 6ª feira seguinte sendo que nos quatro dias seguintes as actividades são comentadas pela formadora. Também às 3ª feiras estão previstas conversas em vídeo-conferência para quem quiser e tiver as plataformas disponíveis. O curso será adaptado a cada aluno de acordo com as suas especificidades e preferências.


Nas publicações de referência da História da Literatura Portuguesa do séc. XX escasseiam mulheres. Por um lado podemos afirmar sem estar longe da verdade que as mulheres escreviam menos que os homens. Mas porquê? E será que se justifica que os nomes de mulheres ao longo da primeira metade do século se contem pelos dedos de uma mão? Neste curso vamos falar de uma cultura feminina, por oposição a uma escrita feminina, revelar o que se passou no século XX em Portugal, falar de escritoras, do meio onde elas tiveram de se afirmar, pensar em conjunto que fenómeno de apagamento foi este. E, acima de tudo, vamos devolver à literatura alguns destes livros e destas autoras.

AUTORAS
Maria Judite de Carvalho, Maria Ondina Braga, Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa, Celeste Andrade, Maria Archer, Isabel Meyrelles, Graça Pina de Morais, Isabel da Nóbrega, Irene Lisboa, 
Maria Cecília Correia, Maria Eulália de Macedo, entre muitas outras.

ROSA AZEVEDO
É formada em Literatura Portuguesa e Francesa com curso minor em Literaturas do Mundo e tem mestrado em Edição de Texto. Tem realizado desde 2007 diversos cursos de literatura portuguesa e hispano-americana, para além de outros trabalhos de produção ligados à literatura, nomeadamente na área do surrealismo e da edição independente. Fundou e foi presidente da Associação Cultural Respigarte e do grupo teatral A Mancha. É assistente de produção do Muito Cá de Casa da Casa da Cultura de Setúbal, para as questões da literatura, onde é também moderadora. É programadora cultural e editora na Livraria Snob. Mantém o blog estórias com livros.