terça-feira, 2 de setembro de 2008

o (verdadeiro) apocalipse dos trabalhadores

valter hugo mãe disse que cada história que se conta deve ser única, só assim vale a pena ser contada. neste livro ele consegue descobrir em bragança uma história (aparentemente comum) de trabalhadores - um trabalhador de leste e duas empregadas de limpeza que fazem biscates como carpideiras, em funerais. maria da graça e quitéria. maria da graça está apaixonada por um patrão que não sabe escrever o amor e que veste o fato do patrão agressivo e abusador mas que lhe mostra a grande literatura. quitéria apaixona-se pelo jovem ucraniano e este ensina-lhe os sinuosos caminhos da vontade que ela própria não sabia que existiam dentro de si.
é uma história apocaliptica sobre a humanidade dentro da assustadoramente real vida destas pessoas onde não falta o Cif dos ricos e lixívia dos pobres, onde o corpo humano é explorado com tanta mestria como a alma do mesmo. valter hugo mãe mostra assim uma realidade profunda no país e nas pessoas, levando-nos numa viagem onde a esperança de felicidade é tão difícil de encontrar. mas maria da graça consegue com a frieza de quem sabe que, quem não tem nada de terreno, deve encontrar dentro de si o seu próprio apocalipse.

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