quinta-feira, 14 de março de 2013

angústias para todas as refeições

escrevo este texto mais para mim do que para qualquer outra pessoa, mas enfim, levam comigo, também não dói.
(neste momento já perdi pelo menos 4 dos 5 leitores deste texto.)
ando numa fase de alinhamento profissional. com um trabalho que não me enche as medidas invento muitos trabalhos para manter a cabeça a funcionar. luto com o cansaço, a falta de tempo, a vontade de ficar a olhar para a parede. leio livros, blogs, sites, penso em permanência em novas ideias. depois fico mentalmente exausta e lido com isso como posso, com dias mais angustiantes do que outros.
ultimamente tenho tido dificuldade em lidar com o meu lado mais emocional. sinto que a emoção vai tomando conta do que escrevo (e agora vou centrar isto nos blogs) e quando um texto tem um lado racional e um lado emocional, normalmente é o lado emocional que é mais forte e que se vê. e esse é falado e comentado, mas mais nenhum lado. e assim fico sem perceber o valor, o propósito, a conveniência do que escrevo. vivo tudo isto com uma imensa solidão, poucos amigos lêem o que escrevo, e os que lêem pouco falam. nestes momentos de crise e de questionamento do que realmente vale o que faço, preciso de uma visão externa.
como dizia há pouco uma amiga, os momentos de crise servem para colocarmos em perspectiva o que fazemos e o que queremos e como queremos fazê-lo. quem me conhece sabe que esses momentos de questionamento são muito mais e mais intensos do que os momentos de tranquilidade. e em perspectiva neste momento só consigo ver que a normalidade não me diz nada. leio dezenas de entradas de blogs de livros por dia e questiono-me sempre: porquê dizer que determinado autor ganhou determinado prémio sem comentar esse prémio? porque raio perder tempo com uma crítica literária a um livro se me limito a contar a história? tenho sempre opiniões, e muitas, sobre tudo. a minha questão é se não pareço uma miúda da escola a falar de livros.
outra questão é se não digo determinadas coisas apenas para provocar determinadas reacções deixando assim de ser absolutamente livre no que escrevo. esta frase relida é idiota eu sei, porque isso é o normal quando se escreve, mas também não vou explicar melhor.
na verdade o que eu devia ser sempre era mais independente. mais do que me tenho pautado sempre por ser. preocupar-me menos que determinadas pessoas se sintam ou não identificadas com o que escrevo. e se esconder a emoção passo a ser um balão em final de festa.
portanto é isso, vou continuar a escrever sobre o que me apetece, e criticar quem me apetece, e a escrever textos que parecem ter sido tirados do armário da sininho quando amo um livro. e quando esta crise passar vou voltar à minha postura. deixem-me só navegar mais uns dias em insegurança e queixumes. vou tentar fazê-lo em silêncio.

1 comentário:

Anónimo disse...
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