terça-feira, 29 de novembro de 2011

o amor

esse tema universal. não é fácil falar do amor. é só fácil pensar nele. os livros estão cheios dele, a rebentar. mas há uns que nos tiram o pio. hoje estou assim. a pensar que amor e que amores são estes, como é que eles existem e co-existem em pessoas tão pequeninas às vezes (como eu). só sei fazer poemas sobre o amor, não sei falar dele. falta-me o tom, as palavras. creio que este último ano passei-o a perceber o amor. a perceber que temos de amar sem limites os que temos ao pé de nós. temos de nem conseguir pôr em palavras um obrigado por um café numa esplanada quente, uma conversa de livros na bica, um jogo de dardos numa noite de sábado. o amor tem de transbordar. o amor tem forma de animal, de papel de carta, de livro, de pessoa, de roupa emprestada, de casa nova. o amor não tem validade, às vezes está anos inteiros à espera de ser reencontrado. e quando aparece parece que nunca desapareceu. depois há o amor que é só para nós. que nos põe no cimo da pirâmide. que nos equilibra. que nos dá respostas. como o amor do Ernesto Sampaio pela Fernanda, em quem penso desde que acordei.



amor é encontrarmos pessoas estilhaçadas que precisam quem as una. como no Filho de Mil Homens, do Valter Hugo Mão, ou na História do Rei Transparente, da Rosa Montero.



é o Bloom e a sua viagem à índia e as pessoas que encontra.


é um cão e uma menina que nunca tem medo e todas as pessoas que tentam salvá-la.




o amor é simples simples simples. é isto:



é um infinito de histórias e fotografias e paredes lá de casa. são fogos de artifício. é a solidão do fim do dia. é a paz e os livros espalhados na cama sem lugar para voltar, a ocupar a almofada do lado. é o rio. são os jogos de tabuleiro. o bolo de iogurte. o saco-cama. um carro velho quase irmão. uma planta que deixa de caber num vaso. a marmelada. a lareira. a flor seca.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

carta aberta

Se deseja subscrever esta carta aberta, envie-nos uma mensagem para encontro.livreiro@gmail.com com o assunto «subscrevo», indicando nome, profissão, localidade e blogue (se relacionado com o livro e a leitura). Agradecemos toda a colaboração na divulgação junto dos seus contactos entre as «gentes do livro». Obrigado - Encontro Livreiro.

Senhor Presidente da RepúblicaSenhor Primeiro MinistroSenhor Secretário de Estado da CulturaSenhor Representante da República para a Região Autónoma da MadeiraSenhor Presidente do Governo Regional da MadeiraSenhor Secretário Regional da Educação e Cultura da Madeira

No próximo dia 21 de Novembro de 2011 o livreiro Jorge Figueira de Sousa, da Livraria Esperança - «primeiro estabelecimento comercial no Funchal e na Madeira a vender exclusivamente livros» - completa 80 anos de vida.

Continuador de um sonho e de um projecto iniciado pelo seu avô, Jacintho Figueira de Sousa [1860-1932], e mantido pelo seu pai, José Figueira de Sousa [1899-1960], Jorge Figueira de Sousa, nascido no Funchal no dia 21 de Novembro de 1931, continua firmemente no seu posto e é para todos nós, «gentes do livro», um exemplo de vida e uma figura que muito honra a classe profissional dos livreiros portugueses, por vezes tão esquecida, não obstante o lugar central que ocupa no que deveria ser um fundamental desígnio nacional: a promoção do livro e da leitura como alicerce de um País mais culto, logo mais justo, mais livre e mais feliz.

Porque julgamos que o Livreiro Jorge Figueira de Sousa, pelo seu exemplo de juventude, tenacidade e persistência, é merecedor de público reconhecimento, rogamos a V. Ex.as se dignem honrá-lo com a distinção tida por conveniente e justa nesta circunstância.
Encontro Livreiro, 5 de Novembro de 2011

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Fui ver uma super exposição no CCB

E foi i-na-cre-di-tá-vel. VIK, no CCB até dia 31 de Dezembro. Vik Muniz, um jovem artista brasileiro de 50 anos que cria as suas obras em formatos e com materias não muito usuais: lixo, brinquedos, caramelo, chocolate, diamantes, pó, molho de tomate. Cria formas que fotografa em formato grande e expõe essas fotografias. Não é uma exposição de fotografia e Vik não é fotógrafo, mas a fotografia acabou por entrar nas suas preferências artísticas. Temos assim obras efémeras, fotografadas e imortalizadas. A calda de chocolate demora apenas alguns minutos até solidificar, como exemplo. O pó do aspirador tem de ser trabalhado sem qualquer corrente de ar.
É imperdível, gratuita e em frente ao rio. Não há melhor.
Muitas imagens aqui.



(imagem com diamantes)