"Deixavam-me vagabundear pela biblioteca e assaltava a sabedoria humana. Foi ela quem me fez. Nunca esgravatei a terra nem andei à caça de ninhos, não herborizei nem atirei pedras aos pássaros. Mas os livros foram os meus passarinhos e os meus ninhos, os meus animais domésticos, o meu estábulo e o meu campo."
J-P Sartre, As Palavras
Não faças Terrorismo Poético para outros artistas, fá-lo para pessoas que não perceberão que o que acabaste de fazer é arte. Hakim Bey
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
os livros e as férias
sempre que viajo levo cinco tipos de livros (gostava que notassem que já falei de quase todos neste blog o que mostra que, além de os comprar, também os leio. Não é apenas um movimento compulsivo)
o que estou a ler
O que tenho na calha para ler (já a preparar o novo curso de literatura portuguesa...)
Um livro de poesia
Um livro para trabalhar (neste caso é a tentativa de trabalhar um bocadinho com a Joaninha, na montagem do nosso espetáculo)
Um livro que tenho sempre ao pé de mim à espera das férias para o ler. Normalmente não é ficção
E agora acrescento um. O livro que um amigo me entrega quase à porta do comboio, para eu me entreter a caminho da minha Serra. A ganhar pontos, claro, vai ser o primeiro que vou ler.
o que estou a ler
O que tenho na calha para ler (já a preparar o novo curso de literatura portuguesa...)
Um livro de poesia
Um livro para trabalhar (neste caso é a tentativa de trabalhar um bocadinho com a Joaninha, na montagem do nosso espetáculo)
Um livro que tenho sempre ao pé de mim à espera das férias para o ler. Normalmente não é ficção
E agora acrescento um. O livro que um amigo me entrega quase à porta do comboio, para eu me entreter a caminho da minha Serra. A ganhar pontos, claro, vai ser o primeiro que vou ler.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
amigo + livro
Não há nada que ele diga para eu ler que eu não leia. E este foi uma verdadeira surpresa, uma escrita "à séria" com o peso certo. Bom, bom!
De uma editora a decorar o nome: Ahab
Uma noite na livraria e...
Já se sabe como é e já antes aqui foi dito: o Natal espalha livros por aí. Aos montes. Ontem vi quatro preciosidades, daquelas maravilhosas. Comprei a primeira, deixo as outras para depois. Quase quase voltei a gostar do Natal.
A Servidão Humana, de Somerset Maugham. Tive de comprar. Esgotado há anos era um dos insondáveis mistérios da edição, como a Montanha Mágica. Mais uma vez a a Leya a deixar-me com o coração dividido. Desta vez é da Asa.
É o Possidónio Cachapa. Apesar de ter ficado um bocadinho zangada com ele no último que escreveu ainda o amo de coração. A descrição promete:
"Num mundo coberto de neve e gelo, uma mulher agarra-se à vida, enquanto o seu passado se materializa aos poucos. Noutro local, um rapaz que usa em permanência umas orelhas falsas de coelho procura consumar a sua paixão erótica por uma provocadora rapariga-manga. Por cima de ambos, a sombra daqueles que já foram homens e que percorrem a Terra em busca dos que vão morrer. O Mundo Branco do Rapaz-Coelho é um romance sobre um universo em autodestruição e os limites da condição humana."
Quanto a estes é a Cavalo de Ferro de volta, e tão bem tantas vezes, é só livros preciosos pelas mesas. O último Christensen e o Cortazar em grande, como sempre, mas desta vez talvez um bocadinho melhor ainda...
Encheram-me os olhos!
São eles:
A Volta ao Dia em 80 Mundos
Júlio Cortazar
Cavalo de Ferro
A Servidão Humana, de Somerset Maugham. Tive de comprar. Esgotado há anos era um dos insondáveis mistérios da edição, como a Montanha Mágica. Mais uma vez a a Leya a deixar-me com o coração dividido. Desta vez é da Asa.
É o Possidónio Cachapa. Apesar de ter ficado um bocadinho zangada com ele no último que escreveu ainda o amo de coração. A descrição promete:
"Num mundo coberto de neve e gelo, uma mulher agarra-se à vida, enquanto o seu passado se materializa aos poucos. Noutro local, um rapaz que usa em permanência umas orelhas falsas de coelho procura consumar a sua paixão erótica por uma provocadora rapariga-manga. Por cima de ambos, a sombra daqueles que já foram homens e que percorrem a Terra em busca dos que vão morrer. O Mundo Branco do Rapaz-Coelho é um romance sobre um universo em autodestruição e os limites da condição humana."
Quanto a estes é a Cavalo de Ferro de volta, e tão bem tantas vezes, é só livros preciosos pelas mesas. O último Christensen e o Cortazar em grande, como sempre, mas desta vez talvez um bocadinho melhor ainda...
Encheram-me os olhos!
São eles:
O Modelo
de Lars Saabye Christensen
Cavalo de Ferro
O Mundo Branco do Rapaz-Coelho
de Possidónio Cachapa
Quetzal
A Servidão Humana
de Somerset Maugham
Asa
Cavalo de Ferro
O Mundo Branco do Rapaz-Coelho
de Possidónio Cachapa
Quetzal
A Servidão Humana
de Somerset Maugham
Asa
A Volta ao Dia em 80 Mundos
Júlio Cortazar
Cavalo de Ferro
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
De Profundis
Faltam aos planos das cidades
esfinges aladas
palmas fora de tempo, matagais
pequenos acrescentos a vermelho
Faltam atlas com algum detalhe
para as emissões nocturnas
nos agudos da nossa incerteza
falta uma beleza
a olhar por nós
indiscernível, entreaberta ainda
Talvez a nós próprios falte
essa grande medida
insondáveis cordas na travessia
uma juventude que o mundo possa documentar
os teus olhos são o que resta
dos livros sagrados
e da grande pintura perdida
José Tolentino Mendonça
esfinges aladas
palmas fora de tempo, matagais
pequenos acrescentos a vermelho
Faltam atlas com algum detalhe
para as emissões nocturnas
nos agudos da nossa incerteza
falta uma beleza
a olhar por nós
indiscernível, entreaberta ainda
Talvez a nós próprios falte
essa grande medida
insondáveis cordas na travessia
uma juventude que o mundo possa documentar
os teus olhos são o que resta
dos livros sagrados
e da grande pintura perdida
José Tolentino Mendonça
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
A Assírio e Alvim a marcar pontos no mundo da edição
Prova-o este livro delicioso.
"JTM: Mesmo sentindo que a construção que nós somos é provisória, mesmo sentindo-nos profundamente a caminho, inacabados e imperfeitos (uma consciência que a própria idade aprofunda), é verdade que sentimos uma urgência, podemos dizê-lo, quase adolescente. Urgência que é, no fundo, esse alvoroço."
JTM em entrevista a CVM na Ler. Como qualquer outra entrevista do CVM, a não perder.
Se deseja receber regularmente informações sobre edições, lançamentos e outras iniciativas da editora Assírio & Alvim envie um e-mail com o assunto «A&A» para luis.guerra@assirio.com.
Para mais informações sobre a Assírio e Alvim a visite o blogue em http://www.assirioealvim.blogspot.com/ e, se está em Lisboa, passe pelo novo espaço Assírio & Alvim na Baixa / Chiado, Rua do Carmo, nº 29 – Loja 12.
sábado, 5 de dezembro de 2009
os meus livros
Tenho com os livros uma relação obsessiva de amor. E eles não se queixam, é recíproco. Ando obsessivamente com livros dentro da mala que depois não leio, se leio não gosto, corro para apanhar o metro, para o Pingo Doce, para o trabalho, adormeço nos transportes, em casa tenho noites de amigos à espera. Não os leio, não tenho tempo para eles. Mas às vezes leio só uma página e treme-me a alma e o corpo. Estou com o João à janela, imito um polvo que lê, tiro um livro ao acaso (para o dito polvo) e ele mostra-me um poema de Manuel António Pina que ele (como outros, como ele diz) completou. Com o João lá em casa dá-me saudades de Boris Vian e vou à estante e encontro fora do sítio um livro de Sartre que não me lembrava de ter. E lembro-me do livro de Sartre que comprei na Trama e que ainda não li, vou buscá-lo, meto na mala. E ao pensar na Trama lembro-me do Clube do Livro, lembro-me que nunca acabei o Mesmo Mar, do Amos Oz, que como é prosa poética fica ao pé de mim para perto dos livros de poesia que dormem ao meu lado e me mostram um poema por dia, sempre antes de dormir. E vejo a Antologia de Poesia que o Tiago me deu, que está ao lado da Bíblia que leio às vezes, que me fez rir com a história de Abel e Caim, que me faz lembrar o a Leste do Paraíso, do Steinbeck, que parte dessa história, e que foi o livro que mais amei e penso no filme de Kazan.
Os livros são isto para mim, mesmo que não tenha tempo para os ler, já os li quase todos e fazem parte da minha memória, do meu dia, dos meus gestos quotidianos. Sou apaixonada por eles.
Os livros são isto para mim, mesmo que não tenha tempo para os ler, já os li quase todos e fazem parte da minha memória, do meu dia, dos meus gestos quotidianos. Sou apaixonada por eles.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
doce na boca
há por aí uma editora que anda escondida pelos cantos, disfarçada de livro e de CD mas que na verdade está cheia de poesia e amor, coragem e ousadia, livros bons de ouvir e de tocar. só bons sentidos na BOCA
"Amanhã, sábado, 5 de Dezembro,a Boca apresenta-se no Brio, o supermercado biológico com milhares de produtos naturais a preços acessíveis e com aconselhamento especializado.
Aos produtos da horta juntam-se, por um dia, audiolivros fresquinhos e a preço de feira, para ouvir enquanto cozinha, no carro e no autocarro, à noite de olhos fechados ou a toda a hora.
Porque as palavras também alimentam.
Serão bem-vindos, entre as 10h e as 18h, na Rua Azedo Gneco, N. 30, ao Campo de Ourique."
fica o convite
"Amanhã, sábado, 5 de Dezembro,a Boca apresenta-se no Brio, o supermercado biológico com milhares de produtos naturais a preços acessíveis e com aconselhamento especializado.
Aos produtos da horta juntam-se, por um dia, audiolivros fresquinhos e a preço de feira, para ouvir enquanto cozinha, no carro e no autocarro, à noite de olhos fechados ou a toda a hora.
Porque as palavras também alimentam.
Serão bem-vindos, entre as 10h e as 18h, na Rua Azedo Gneco, N. 30, ao Campo de Ourique."
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