quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

aquilo a que alguém ontem chamou "conversas de literatura" quando na verdade dá pelo pomposo nome de Curso de Literatura Portuguesa

É muito além de um curso. É um amigo do Manuel Hermínio Monteiro que se comove e nós com ele. E alguém que traz a Comunidade escondido na mala. É alguém que ainda ontem viu o Autografia e ficou fascinada com o Cesariny. É a Trama, e os livros que vão ser comprados na Trama. E as cadeiras da Trama, a Rita da Trama, as conversas na Trama antes e depois. É a vizinha do Santa-Rita Pintor nos anos 50 quando o Santa-Rita Pintor se suicidou em 1918. São os cadáveres esquisitos. São os poemas engasgados. As horas curtas. É o histerismo da leitura. As horas encantada até adormecer. Aquelas pessoas todas, as que estão à espera. Os textos que se afinam, as datas que se acertam, o século inteiro de literatura de que se fala. É a Rosa do Mundo, a Orpheu, a Presença de soslaio, o Herberto Helder, o Ramos Rosa, o Cesariny, o Cesariny, o Cesariny. As mulheres que são poucas mas que falam pela Mariana Alcoforado. E os livros que passam a pintores, os planos de sessões de cinema, de encontros, de passeios na Lisboa dos poetas, ninguém quer sair dali, não tão cedo. E é aquela livraria. Sem dúvida isto tudo é aquela livraria.

1 comentário:

disse...

Querida amiga professora
Não é preciso puxar muito pela cabeça par perceber que o amigo do Hermínio sou eu.Quero então acrescentar que não fiquei APENAS comovido ao falares dele.Fiquei também muito AGRADECIDO.Sem o conheceres,e portanto desinteressadamente, fizeste um retrato justo e belíssimo duma pessoa que em tudo merece os elogios que lhe fizeste.
De outras pessoas com responsabilidade ouvi já comentários menos felizes,baseados na maravilhosa simplicidade do H.
As tuas palavras souberam-me mesmo bem.Obrigado!
Francisco,aka Xú