Tenho pensado muito no nosso Encontro Livreiro, em Setúbal, na Livraia Culsete. Foi importante a tantos níveis e em tantos sítios do coração. Ouvir o Livreiro Velho, o Manuel Medeiros, foi bom bom bom e tenho algumas frases dele ainda a ecoar na memória. "Temos de deixar de pintar folhas verdes e começar a regar as raízes". Em época de turbulência política onde a revolução parece urgente e essencial creio que o meu papel (e o dos nossos amigos dos livros, que correram a Setúbal) é muito mais ajudar a uma revolução interior, cultural, que nos direccione a caminho de um conhecimento maior de nós. É isso que os livros fazem, como se concluiu (entre muitas outras coisas) neste Encontro. Que temos de ler, porque é urgente sair das rotinas que o corpo faz sozinho, sem nós, que adormecem o espírito crítico, o discernimento pessoal. Os livros ajudam-nos a escolher quem queremos ser e com isso dão-nos liberdade.
No encontro foi isso que o livreiro velho e todos os outros disseram num ou noutro tom. Que ler é bom, que não é bom ler todos os livros (neste ponto alguns discordaram). Que é bom falarmos uns com os outros com um copo de moscatel. Que temos de saber quem somos porque temos coisas a dizer, muitas coisas. E saímos todos de lá com vontade de ficar, porque ficou um mundo de histórias para contar.
Um bem haja a quem "nos" inventou, Encontro Livreiro. E a quem esteve e a quem se deixou revolucionar, mais um pouco.
Sem comentários:
Enviar um comentário