há uns tempos o r. disse-me que gostava de publicar uns poemas meus. depois de algumas tentativas falhadas disse-me que a piolho queria publicar dois poemas. nunca acreditei muito no que escrevo, talvez por acreditar demais neles quando os escrevo e achar pouco depois que roçam o piroso, ou o emocional no que o emocional tem de exagero. mas a piolho escolheu bem, e escolheu, sem saber, dois poemas que fazem parte do que eu sou, mais do que da altura em que foram escritos. é assim que eu sou. um bem haja ao r. e ao a.
e voilá:
Escrevia-te
mas demoro demais a encaixar a tua imagem
e, no fim, fica sempre um espaço de tempestade
Desfaço-me em pó
E nos tectos altos da ausência
Tomo lentamente o poder das paredes e escureço a vista da janela
Sou invisível por paixão
Tenho nas mãos a solidão como uma arma
mais poemas aqui.
1 comentário:
1 - onde se apanha a dita revista?
2 - "escrevia-te", além de muito bonito, é muito bom, mesmo, e pede continuação, é semente, promessa, prenúncio de imensidão...
3 - a solidão é arma contra a solidão, como a escrita é o dia a clarear contra o por dizer e o silêncio um totem de espanto
;_)))
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