é complicado estarmos sempre em questionamento. mas a verdade é que a exigência que coloco nos ombros faz-me pensar muitas vezes se este caminho que vou escolhendo é ou não o caminho certo. há uma forma de perceber por onde ir - é irmos por onde haja uma vontade irremediável de ir. e tenho sentido isso poucas vezes excepto pelo Boris Vian, que é inegável. o esforço deveria ser no diálogo com o livro e não para chegar ao livro. quando nos sentamos perante vinte pessoas e a única forma de lhes chegarmos é quando falamos pelo lado negativo, algo se passa. falta-me o fogo de artifício. ou melhor, ele não me falta - falta sentar-me diante de vinte pessoas e falar nele.
não digo que o caminho que vou escolhendo esteja errado. é o que eu sei e conheço, o que eu sei defender e de que sei falar. sei até que tenho uma missão de lutar contra alguns preconceitos e pôr pessoas a questionar as suas dúvidas. mas há algo de estável nisto tudo, de plano. e como afirmei hoje esse é o maior dos crimes.
tenho demasiados livros em cima da mesa. tenho demasiadas ideias. tenho poucas pessoas para falar e para me puxarem ideias para fora. tenho demasiado trabalho utilitário. estou num mau sítio literário onde ler todos os dias não chega, preciso andar espantada de ler todos os dias. falta-me poesia. golpes de génio. deposito alguma esperança em livros novos. vamos ver onde me leva este caminho tão exasperante quanto explosivo. terá de ser a outro lado sem deixar este. terá de ser um caminho a mais.
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