acho que é altura de fazer um ponto de situação para responder às muitas perguntas que me chegam todos os dias.
desde que lancei esta ideia, há poucos dias, que a onda de apoio e voluntariado que surgiu tem sido impressionante. fico espantada e comovida com tamanho movimento de simpatia e amizade. foram centenas de e-mails, mensagens, partilhas no facebook, visitas ao site, telefonemas, entrevistas a jornais e sites. fico sem mãos para tudo e por isso desde já peço desculpa se não respondi a todos. li todas as mensagens com a maior atenção e anotei os vossos nomes e disponibilidades.
deixo agora alguns pontos esclarecedores e que mostram em que ponto estamos:
- a grande grande maioria de voluntários que recebi foi para ler. como dizia no texto os voluntários leitores seriam para quando não tivesse mão em todas as encomendas. pelo andar da carruagem talvez isso mais aconteça mais depressa do que imaginei. no entanto peço desculpa por não ter dado um ok imediato a todas as gentis ofertas que fui recebendo.
- quando refiro técnico de som refiro-me a alguém que possa ter os conhecimentos necessários a realizar uma gravação deste género. não tem de ser num estúdio nem com material especial, tudo isto é voluntário por isso queremos ter gravações que funcionem ainda que não tenham o nível profissional de um audio-livro comercial. até pode acontecer, como foi sugerido, que haja um técnico que possa explicar ao leitor como pode ele fazer a gravação sozinho em casa. preciso de ajuda nessa área a a ajuda pode ter diversas formas. tem sido aqui que a oferta tem sido mais escassa.
- com tanta ajuda para montar o projecto não tenho recebido pedidos de livros, apenas um ou dois. podem começar a enviar para que tenhamos já trabalho no momento de lançar o projecto.
- quanto ao site tenho já algumas ofertas, e vou começar a contactar as pessoas.
- o nome está quase lá, ainda estou a receber ideias.
- uma parte muito importante deste projecto que creio que pode ter passado despercebida a algumas pessoas é que os livros são por encomenda e candidatura. agradeço de coração às editoras que me têm oferecido livros e direitos mas eu quero mesmo que sejam os clientes a escolher que livro querem ver lido. depois disso trato dos direitos de autor. como não é um projecto comercial vou tentar conseguir da respectica editora a autorização para a leitura do livro, perante uma carta que comprove que não utilizaremos o audio para nenhum uso que não pessoal.
- este projecto é 100% voluntário. eu sei que não é pacífico para todos o trabalho voluntário. no entanto a única forma de este projecto receber dinheiro é através de apoios mas não será para já. com isto quero dizer que em altura alguma este projecto pedirá dinheiro aos clientes pelo CD. tanto este ponto como o anterior são para mim imprescindíveis, se não estaríamos a fazer outro projecto e não este. este projecto tem estas características.
vou continuando a dar notícias. agradeço mais uma vez a vossa espantosa simpatia e apoio, em poucos dias isto tornou-se real. a minha vida deu uma volta gigante. e é bom sermos surpreendidos pelo voluntarismo de tanta gente em se associar a um projecto de uma pessoa que não conhecem de todo. um grande obrigado. não tenho qualquer dúvida que assim isto existe mesmo.
Não faças Terrorismo Poético para outros artistas, fá-lo para pessoas que não perceberão que o que acabaste de fazer é arte. Hakim Bey
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
é preciso ser um artista para ser preconceituoso, ter razão e ter muita piada. um artista!
"Fiquei assombrado - viera de um sítio onde todos eram amigáveis, onde até os gerentes das agências funerárias nos desejavam um excelente dia quando saíamos para enterrar a nossa avó -, mas depressa percebi que em Paris toda a gente era assim. Se entrássemos numa padaria seríamos recebidos por uma imensa criatura com aspecto de verme, com um olhar que nos informava que nunca seríamos amigos. Pediríamos, num francês hesitante, uma baguete. A mulher deitar-nos-ia um olhar prolongado e frio e depois poria um castor morto sobre o balcão.
- Não, não - diríamos nós, com as mãos a tremer -, um castor morto não. Uma baguete.
A verminosa criatura fixar-nos-ia com óbvia incredulidade, virar-se-ia para os outros clientes e falar-lhes-ia num francês demasiado acelerado para que nós pudéssemos seguir, mas cujo significado era claramente que esta pessoa aqui, este turista americano, entrou e pediu um castor morto e ela tinha-lhe dado um castor morto e agora ele estava a dizer que não queria um castor morto coisa nenhuma, queria uma baguete. Os outros clientes olhar-nos-iam como se tivéssemos acabado de tentar peidar-nos para os sacos dele, e não teríamos escolha a não ser escapulir-nos e consolar-nos com o pensamento de que daí a quatro dias estaríamos em Bruxelas e era provável que aí pudéssemos comer outra vez."
Nem aqui, nem ali, Bill Bryson
- Não, não - diríamos nós, com as mãos a tremer -, um castor morto não. Uma baguete.
A verminosa criatura fixar-nos-ia com óbvia incredulidade, virar-se-ia para os outros clientes e falar-lhes-ia num francês demasiado acelerado para que nós pudéssemos seguir, mas cujo significado era claramente que esta pessoa aqui, este turista americano, entrou e pediu um castor morto e ela tinha-lhe dado um castor morto e agora ele estava a dizer que não queria um castor morto coisa nenhuma, queria uma baguete. Os outros clientes olhar-nos-iam como se tivéssemos acabado de tentar peidar-nos para os sacos dele, e não teríamos escolha a não ser escapulir-nos e consolar-nos com o pensamento de que daí a quatro dias estaríamos em Bruxelas e era provável que aí pudéssemos comer outra vez."
Nem aqui, nem ali, Bill Bryson
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
novo projecto com pedido de ajuda
caros amigos caras gentes dos livros e das suas áreas vizinhas caros todos,
tenho um novo projecto em mãos que mais uma vez precisa da vossa ajuda.
comecei a pensar no que seria passar a vida sem ler. revistas, jornais. sem ler as pessoas, as expressões, a linguagem corporal. sem ler ementas do restaurante. sem ler legendas de filmes. e, finalmente, sem ler livros. e foi aqui que pensei que podia fazer alguma coisa. o meu primeiro trabalho foi gravar audio-livros para crianças cegas, amblíopes e de baixa visão para o Ministério da Educação. e aquele trabalho tão simples fazia sentido. e é nesse sentido que pretendo pegar agora.
a ideia é fazer audio-livros por encomenda. um trabalho totalmente voluntário. acredito que é importante que o trabalho de cada um seja pago e infelizmente muitas vezes a remuneração por um serviço valida-o. no entanto acredito que em determinadas alturas na nossa vida temos de conseguir fazer algo que não esteja apenas acessível a quem pode e sim a todos. a única coisa que é necessário é que quem queira um audio-livro escreva um e-mail para leremvozalta@gmail.com e procure nesse e-mail explicar o porquê de determinada pessoa querer aquele determinado livro. a razão deve centrar-se no livro, sempre, na escolha do livro. os livros podem ser de todos os tipos. podem até ser estrangeiros. o tempo de gravação é negociado com o cliente de acordo com o tamanho do livro, com a disponibilidade dos técnicos e com a minha disponibilidade. o livro é absolutamente pessoal por isso podem ser partes de livros, conjuntos de livros, e podemos gravar dedicatórias ou outras mensagens e/ou comentários pessoais.
agora é nesta parte que vocês entram:
- eu vou ler os livros e fazer a produção do projecto. com o tempo e se isto crescer (que espero mesmo que sim) vou precisar de mais voluntários para ler.
- preciso de técnicos de som que aceitem trabalhar nisto sem remuneração. não tem de ser um para a totalidade dos livros, pode ser um por livro ou por alguns livros. por técnico de som refiro-me a alguém que possa gravar e montar o livro enquanto eu o leio, que tenha os materiais e os conhecimentos necessários a essa função. a minha disponibilidade é finais de tarde e fins de semana, no entando podem surgir outros leitores com outros horários. moro em lisboa portanto é esta a zona onde estou sempre. posso no entando deslocar-me a outras zonas num fim de semana de trabalho intensivo.
- preciso de criar um site para o projecto. uma coisa muito simples onde se fale do projecto, se procure clientes e voluntários e onde, eventualmente, se possa mais tarde descarregar livros.
- preciso de um nome! preciso de um nome bom para isto!
- preciso de divulgação do projecto. sobretudo para procurar técnicos e clientes.
a quem conseguiu chegar ao fim deste post, um muito obrigada. ler isto foi fácil. agora vamos lá ler livros?
um bem haja a todos desde já
tenho um novo projecto em mãos que mais uma vez precisa da vossa ajuda.
comecei a pensar no que seria passar a vida sem ler. revistas, jornais. sem ler as pessoas, as expressões, a linguagem corporal. sem ler ementas do restaurante. sem ler legendas de filmes. e, finalmente, sem ler livros. e foi aqui que pensei que podia fazer alguma coisa. o meu primeiro trabalho foi gravar audio-livros para crianças cegas, amblíopes e de baixa visão para o Ministério da Educação. e aquele trabalho tão simples fazia sentido. e é nesse sentido que pretendo pegar agora.
a ideia é fazer audio-livros por encomenda. um trabalho totalmente voluntário. acredito que é importante que o trabalho de cada um seja pago e infelizmente muitas vezes a remuneração por um serviço valida-o. no entanto acredito que em determinadas alturas na nossa vida temos de conseguir fazer algo que não esteja apenas acessível a quem pode e sim a todos. a única coisa que é necessário é que quem queira um audio-livro escreva um e-mail para leremvozalta@gmail.com e procure nesse e-mail explicar o porquê de determinada pessoa querer aquele determinado livro. a razão deve centrar-se no livro, sempre, na escolha do livro. os livros podem ser de todos os tipos. podem até ser estrangeiros. o tempo de gravação é negociado com o cliente de acordo com o tamanho do livro, com a disponibilidade dos técnicos e com a minha disponibilidade. o livro é absolutamente pessoal por isso podem ser partes de livros, conjuntos de livros, e podemos gravar dedicatórias ou outras mensagens e/ou comentários pessoais.
agora é nesta parte que vocês entram:
- eu vou ler os livros e fazer a produção do projecto. com o tempo e se isto crescer (que espero mesmo que sim) vou precisar de mais voluntários para ler.
- preciso de técnicos de som que aceitem trabalhar nisto sem remuneração. não tem de ser um para a totalidade dos livros, pode ser um por livro ou por alguns livros. por técnico de som refiro-me a alguém que possa gravar e montar o livro enquanto eu o leio, que tenha os materiais e os conhecimentos necessários a essa função. a minha disponibilidade é finais de tarde e fins de semana, no entando podem surgir outros leitores com outros horários. moro em lisboa portanto é esta a zona onde estou sempre. posso no entando deslocar-me a outras zonas num fim de semana de trabalho intensivo.
- preciso de criar um site para o projecto. uma coisa muito simples onde se fale do projecto, se procure clientes e voluntários e onde, eventualmente, se possa mais tarde descarregar livros.
- preciso de um nome! preciso de um nome bom para isto!
- preciso de divulgação do projecto. sobretudo para procurar técnicos e clientes.
a quem conseguiu chegar ao fim deste post, um muito obrigada. ler isto foi fácil. agora vamos lá ler livros?
um bem haja a todos desde já
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
30 contos de até 100 caracteres
"Embora não seja reconhecido como um gênero literário — sendo associado
às tendências de vanguarda e ao minimalismo —, os “microcontos” ganharam
um grande número de adeptos nas duas últimas décadas. A partir do
início dos anos 1990, estudos e antologias começaram a abordar o tema de
forma enfática, resultando em centenas de publicações em todo o mundo.
Ainda que pareça, as micronarrativas de ficção não são algo recente. Grandes nomes da literatura mundial como Tolstói, Jorge Luis Borges, Bioy Casares, Julio Cortázar e Ernest Hemingway já incursionaram pelo tema."
eh pá o que eu gosto de microcontos! continuar a ler aqui.
Ainda que pareça, as micronarrativas de ficção não são algo recente. Grandes nomes da literatura mundial como Tolstói, Jorge Luis Borges, Bioy Casares, Julio Cortázar e Ernest Hemingway já incursionaram pelo tema."
eh pá o que eu gosto de microcontos! continuar a ler aqui.
mais uma ilha da ahab
o david vann é que a sabe toda. aquelas personagens, aquele destino fatal das ilhas. a claustrofobia. a nossa entrada lenta dentro de uma fatalidade tão grande que nos desconforta na cadeira. uma vontade de lhe dizer "não vás". uma vontade de voltar atrás. de parar o tempo daquela família. um livro que nos agarra nos ombros e diz "tem de ser". um livro que está escrito de uma forma que nos parece simples na superfície, tranquilo, mas que nos mostra o tom de fatalidade.
só os grandes escritores nos contam uma história por trás das palavras. o david vann faz isso.
a ahab faz magia com os livros todos. caramba.
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