a própria obra literária ou a própria criação vive da imaginação. não enquanto esse terrível conceito que é a inspiração, não me interpretem mal. mas enquanto a criação de um universo que não nos é intrínseco nem despegado. que está nesse sítio transitório, na mediação de nós com esse que é o único sagrado possível. um sagrado que é já despegado de nós mas não nos é exterior não sendo o limbo que pertence à obra e à criação. é esse sítio transitório e a forma de o alcançar que desenha a obra literária. daí que a escrita ocasional, quotidiana, com objectivos que não se prendam unicamente com esse universo só possam estar aquém. aquém da beleza. e aqui não há crítica que adivinhe, nem fórmulas. não é legível ou palpável, nem sequer fácil de intuir. daí acreditar mesmo que essa beleza está dentro da própria obra e não fora dela. feliz o que conseguir lê-la sem nevoeiro.
posto isto só nos resta concluir que assim é fácil perceber o fascínio disto tudo. é do caraças.
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