18h30
Pó dos Livros
texto, interpretação e cenografia
rosa azevedo
música / voz
manuel cintra
luz
hugo azevedo
apoio
leandro morgado
fotografia
ana gabriela pereira
evento facebook
ao evento junta-se o multifacetado artista Manuel Cintra na música, a cantar de forma irrepetível o Boris Vian, o querido irmão Hugo Azevedo no desenho de luzes (que faz a cenografia toda) e combate ao pessimismo e a celebridade irreverente e paciente e possivelmente maior artista da história de palco deste país Leandro Morgado na ajuda preciosa a uma cenografia que, sem ele, seria de fazer corar irregulares pedras da calçada. por fim mas não em último a doce Ana Gabriela Pereira que se oferece para fazer fotos como quem não quer a coisa e já é a fotógrafa do evento. é de amigo pá! assim, pronto, talvez corra bem. uff
A vida de Boris Vian conta entre as suas obras mais conseguidas. As
suas realizações são múltiplas e variadas. Viveu apenas 39 anos mas
deixou-nos uma plural e densa produção literária, com peças de teatro,
romances, poemas, letras de músicas, crónicas. Parece que na verdade
atravessou diversas existências e não apenas uma. Vive com a presença da
doença mas em vez de se transformar numa pessoa amarga pega nessa
presença e transforma-a através da imaginação e da leveza. A própria
vida é uma obra de arte. Tornou-se um exemplo para muitos de alguém
vivo, activo, dinâmico e imaginativo. E sempre muito jovem. Rejeita o
mundo do trabalho funcional e sofre com o amor, alterna questões sobre a
existência com questões aparentemente leves. Manteve-se sempre simples e
humilde, sem arrogância ou superioridade, era muito admirado por todos.
Estava sempre bem disposto. Era luminoso e transparente. Não era um
santo, longe disso, mas era uma pessoa deliciosa. Foi muito mal recebido
no seu tempo, estava muitos anos à frente dos seus contemporâneos. É um
verdadeiro desafio ao pensamento cartesiano categorizado, e a sua
atiude era de constante sabotagem do que é sério. Teve dezenas de
actividades mas levou-as todas ao fundo, não fez nada pela metade.
Morreu em 1959 e teve de esperar pelo Maio de 68 para começar a ser lido
e verdadeiramente apreciado.
Continua a ser um escritor marginal e desconhecido enquanto
personagem, envolto em histórias e lendas. Boris Vian viveu 39 anos uma
vida completa e intensa.
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