quinta-feira, 4 de agosto de 2011

carta da senhora Émile Teste

(em resposta às conversas estrada fora sobre o que é isto de ler)

Como sabe, [o Senhor Teste] raramente lê qualquer coisa com os seus olhos; dá-lhes um estranho uso e como que interior. Ou direi, por outra, particular. Mas não, nada disto. Não sei com exprimir-me; admitamos que ao mesmo tempo interior, particular e... universal!!! São belíssimos, os olhos dele; gosto que sejam assim, maiores um pouco do que tudo o que é visível. Nunca sabemos se há coisa que lhes escape - ou pelo contrário - para ele o mundo não é simples pormenor de tudo o que vêem, mosca-volante que pode obcecar-nos sem existir.

Senhor Teste,
Paul Valery

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