que isto são sensações de angústia. cansaço de palavras como flores. vida calma, paz e tranquilidade na escrita. é preciso outras coisas. é preciso artaud, al berto, valery, rimbaud. preciso de rimbaud e de pensar nas vontades que ele teve com aquelas mãos e que pôs tudo impiedosamente em papéis soltos e iluminados. é preciso testar. e é tão preciso saber dizer como LER. LER LER LER LER. não passar os olhos sobre manchas de tinta. é preciso emprestar livros, manchá-los de café, ouvir as capas a rasgar, colar lentamente as capas com fita-cola barata ao som da música de todos os dias. é preciso inventar carimbos para os livros para os ir escrevendo até à última leitura que treme por uma que será, aí sim, quem sabe, a última.
temos de nos desconfortar. amantizar. problematizar. desconformar. desrealizar. des-saber. desdizer.
angustiar. desensinar. desescrever.
porque escrever não é juntar letras. é saber dar horas de conversa com uma garrafa de vinho, e perder um pouco do sono de noite. e de dia. escrever é pedir-nos desesperadamente que percebamos todas as palavras mesmo que para isso tenhamos de desaprender cada uma das letras.
insaciem-se.
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